Análise Crítica do Livro Cinema, Vídeo, Godard, de Phillipe Dubois
Phillipe Dubois, no livro Cinema, Vídeo, Godard, Phillipe Dubois propõe uma reflexão a cerca das mudanças, transformações e avanços à respeito do cinema, nos trazendo informações sobre a criação audiovisual e os desafios da mídia televisiva.
Através de estudos, pensamentos e resgate da história do cinema e do vídeo, Dubois propõe uma leitura mais introspectiva, nos levando a perceber questões relacionadas ao período inicial, intermediário e atual do cinema e do uso das mídias de informação e tecnologias como o computador, o qual ocupou uma importante posição, modificando o papel do cinema e os resultados alcançados e as projeções audiovisuais atuais, imersas em um período contemporâneo em que o mercado e seus interesses banalizam a criação audiovisual.
Discorre sobre as muitas transformações tecnológicas, estéticas e ontológicas vividas pelo cinema diante das inovações.
O próprio Dubois se considera alguém pertencente aos dois mundos, ou seja, não sendo apenas dos cinéfilos ou dos computadores, mas pertencente aos dois.
Pode-se dizer que o vídeo é mais democrático, pois todos tem a possibilidade de criar e acessar, basta que se tenha uma câmera na mão e uma idéia na cabeça, não necessitando se restringir à narrativas ficcionais de formato tradicional, ou a documentários.
Apresentação
“O cinema é uma forma de pensamento”
“O cinema como forma de interpretação do mundo.”
“O filme como uma manifestação teórica na tela.”
Na atualidade, o cinema não é restrito à contemplação, pois o espectador assume uma postura mais ativa, enxergando as diversas possibilidades, verificando os diversos pontos de vista e participando do contexto de significação da obra.
Os dias atuais possibilitam que o espectador passe a ser um produtor das diversas formas de interpretar o mundo conforme a sua visão, através da criação e da utilização das tecnologias disponíveis.
Através dos recursos audiovisuais percebemos temas e situações presentes no nosso meio, há a possibilidade de fazermos ligações com o mundo real, pois nele estão imersos e representados as emoções e pensamentos.
Vemos no vídeo o pensamento de alguém mostrado e construído com imagens. Quem o constrói pensa, reflete, experimenta e propõe que vejamos um pouco de si e do mundo que ele representa. É fruto de um estudo, uma mescla de conceitos e idéias e significados.
Introdução
“O imaginário cinematográfico está em toda parte e nos impregna até em nossa maneira de falar ou de ser”
“Um modo de respirar em imagens, de esposá-las, de lançar questões e tentar respondê-las”.
“Creio que só podemos pensar o vídeo como um estado, um estado do olhar e do visível, maneira de ser das imagens”.
Pode-se dizer que o vídeo assume múltiplas facetas, podendo assumir a forma de obra, objeto, imagem, instalação, processo... Sendo então um estado que possibilita a percepção de que não basta vê-lo, mas senti-lo.
O importante é a transformação realizada pelo cineasta no tratamento das imagens para que estas se tornem reflexivas, não cabendo julgar de onde estas imagens provêm se do visível ou do artificial.
O vídeo nos permite representar e pensar o mundo, visto que através das imagens podemos incessantemente refletir e como diz Dubois, caracterizar o vídeo como um estado.
O mundo contemporâneo permite que o vídeo esteja cada vez mais presente como instrumento e elemento de reflexão, apreciação e questionamento. Temos então, a missão de não nos desviarmos do papel de críticos, assumindo uma postura mais ativa, saindo do estado de simples espectadores, para nos transformar-mos em produtores.
Este leque de possibilidades faz do vídeo um importante instrumento da contemporaneidade, fazendo das criações audiovisuais elementos questionadores em que o espectador não encontra respostas prontas, mas sim interrogações, devendo buscar soluções e conclusões a partir do que observa e percebe.
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