sábado, 16 de julho de 2011

Anos 80 e Teresa Poester.

Características da “Geração 80” e o trabalho de Teresa Poester

Uma das características da geração 80 é o retorno ao fazer manual e prazeroso da pintura, com movimentos gestuais de grandes proporções, o qual estava representado nas obras com cores vibrantes, distribuindo paisagens, objetos e formas por toda a extensão da tela.
Este período reflete o pluralismo político que surgia após anos de repressão e ditadura, no qual jovens artistas, através de suas obras, fizeram ressurgir a figuração pop, buscando uma arte que expressasse livremente a imaginação, a transcendência, o humor e a criação artística com sua individualidade reconhecida e que, além disso, promovesse a transformação social de todos os indivíduos.
A geração foi marcada também pela experimentação do ato de pintar, inserindo a este fazer diversas técnicas e materiais tais como: recortes, colagens, tecidos e o suporte deixou de ser apenas a tela e as paletas, ocorrendo a inserção da tecnologia e de novos estilos, cores e formas.
Era comum o acabamento bruto, a combinação de cores contrastantes e desarmoniosas, resultando em obras híbridas e cheias de luminosidade, com multiplicidade de materiais e estilos, onde pintura e objeto uníam-se formando uma totalidade.
Descartando a idéia de pintura como grande obra, através de tintas comuns e telas sem molduras, retratavam temas da realidade, utilizando imagens relacionadas à comunicação para transformar seu propósito, adicionando elementos pessoais e irônicos e desencadeando um diálogo com a história da arte. Através de um intercâmbio de ideias e experiências, as obras desenvolvidas mostravam a relação reflexiva e pessoal de cada artista, opondo-se à arte conceitual e fazendo com que as próprias exposições fossem obras de arte.
Este tipo de pintura objetivava a percepção do mundo através do olhar, a comunicação direta com o espectador, bem como a leitura crítica e a integração entre arte e vida.
Havia uma descrença na política e no futuro e investimento no momento presente. A Geração 80 se utilizava da sensibilidade e originalidade e era a ponte entre o erudito e o popular, elaborando espaços, linhas e movimentos de forma poética.
Portanto, a “Geração 80” através de sua arte libertadora, desfez muitos dos princípios acadêmicos nas artes plásticas, repercutindo tanto nacional, quanto internacionalmente. Eliminou fronteiras de tempo e espaço, abordou a globalização e a nova face da liberdade artística.
A artista Teresa Poester vivenciou e participou da Geração 80 e possui em suas obras características da pintura desta geração, no sentido que utiliza cores vibrantes, suportes de grande proporção, através de movimentos gestuais expressivos e marcantes, repletos de autenticidade e contextualidade.
A realidade está presente nas obras, assim como a aproximação do público, que dialoga com cada linha, movimento, sensação e cor impressa nelas.
É perceptível em seus trabalhos a renovação, a inovação, a liberdade de criar, não se prendendo a modismos, assim como a busca constante por novos resultados, com novos materiais, e com a intencionalidade de que cor, forma e desenho se completem, de modo que nem um, nem outro se sobressaia.

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